O Blogue “De Penafiel para a Grande Cidade” tem por objetivo ser um canal de comunicação ocasional para um grupo de amigos, naturais de Penafiel, a que as obrigações profissionais e familiares e a distância tem obrigado a se encontrarem cada vez menos para poderem partilhar ideias. Uma opinião política, um assunto da atualidade, uma música, uma foto ou um postal, ou uma piada, poderão ser alguns dos temas aqui expostos. Mas atenção, este é um blogue familiar, não são permitidas ordinarices!
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
A Rua Formosa de 1915-1920
De há uns anos para cá tenho colecionado uma grande quantidade de postais de Penafiel em formato digital, principalmente da primeira metade do séc. XX. Consegui-os no Museu e na Biblioteca de Penafiel e também no site www.delcampe.net, um verdadeiro achado para os colecionadores de postais (e não só), pois os vendedores e colecionadores expõem neste site mais de 200 mil postais de Portugal.
Encontrei um destes dias um postal que não conhecia ainda, de Penafiel - Rua Formoza (reprodução a seguir), publicado por Caboilas em www.delcampe.net. Trata-se de um bilhete-postal colorido muito bonito, com muito realismo e pormenores interessantes, a Assembleia Penafidelense e o Palácio do Barão do Calvário em cada lado da avenida, os candeeiros e as árvores frondosas que não resistiram ao progresso, as sombras que indicam o meio da tarde, e o comboio que segue no meio da avenida mas chegado à Assembleia faz uma inflexão e passa do lado de fora das árvores, como nos indicam os trilhos marcados na estrada. E as duas damas da época a atravessarem a avenida.
O Comboio de Penafiel à Lixa e Entre-os-Rios chegou à antiga Rua Formosa, segundo rezam as crónicas, a 13 de Fevereiro de 1913, tendo a linha de Penafiel à Lixa e Entre-os-Rios funcionado até ao final dos anos 20. Desta forma a fotografia foi tirada neste período de cerca de 15 anos. Mas pela observação dos pormenores do postal, fico com a dúvida se a fotografia terá sido tirado por volta de 1915 ou se terá sido tirada já na década de 20.
Não tendo mais dados para datar o postal que os referidos acima, o detalhe que me pareceu ser mais revelador foi a forma como se vestem as duas damas da época. Só me restou assim, fazer uma pequena mas difícil investigação sobre a evolução da moda feminina no início do séc. XX. Se é verdade que as damas não usam os grandes chapéus e grandes vestidos até aos tornozelos, com espartilhos que faziam o corpo feminino em forma de S, da Belle Epoque, que terminou em 1914, também não têm a silhueta dos anos 20 com vestidos mais curtos, leves e elegantes, com braços e costas à mostra. A Grande Guerra e a urbanização impuseram o fim do espartilho e roupas mais práticas e de menor volume com saias no tornozelo. Parece-me assim que a foto será do período 1915-1920.
Finalizando com uma comparação com a atualidade, da descaracterização face à Rua Formosa inicial mas também face à avenida de meados do séc. XX, fica a reprodução do postal em tamanho original, duma Rua Formosa muito mais genuína que a Av. Sacadura Cabral e Av. Egas Moniz dos nossos tempos, obras de autarcas sem memórias e de arquitetos sem respeito pelo legado histórico!
Encontrei um destes dias um postal que não conhecia ainda, de Penafiel - Rua Formoza (reprodução a seguir), publicado por Caboilas em www.delcampe.net. Trata-se de um bilhete-postal colorido muito bonito, com muito realismo e pormenores interessantes, a Assembleia Penafidelense e o Palácio do Barão do Calvário em cada lado da avenida, os candeeiros e as árvores frondosas que não resistiram ao progresso, as sombras que indicam o meio da tarde, e o comboio que segue no meio da avenida mas chegado à Assembleia faz uma inflexão e passa do lado de fora das árvores, como nos indicam os trilhos marcados na estrada. E as duas damas da época a atravessarem a avenida.
O Comboio de Penafiel à Lixa e Entre-os-Rios chegou à antiga Rua Formosa, segundo rezam as crónicas, a 13 de Fevereiro de 1913, tendo a linha de Penafiel à Lixa e Entre-os-Rios funcionado até ao final dos anos 20. Desta forma a fotografia foi tirada neste período de cerca de 15 anos. Mas pela observação dos pormenores do postal, fico com a dúvida se a fotografia terá sido tirado por volta de 1915 ou se terá sido tirada já na década de 20.
Não tendo mais dados para datar o postal que os referidos acima, o detalhe que me pareceu ser mais revelador foi a forma como se vestem as duas damas da época. Só me restou assim, fazer uma pequena mas difícil investigação sobre a evolução da moda feminina no início do séc. XX. Se é verdade que as damas não usam os grandes chapéus e grandes vestidos até aos tornozelos, com espartilhos que faziam o corpo feminino em forma de S, da Belle Epoque, que terminou em 1914, também não têm a silhueta dos anos 20 com vestidos mais curtos, leves e elegantes, com braços e costas à mostra. A Grande Guerra e a urbanização impuseram o fim do espartilho e roupas mais práticas e de menor volume com saias no tornozelo. Parece-me assim que a foto será do período 1915-1920.
Finalizando com uma comparação com a atualidade, da descaracterização face à Rua Formosa inicial mas também face à avenida de meados do séc. XX, fica a reprodução do postal em tamanho original, duma Rua Formosa muito mais genuína que a Av. Sacadura Cabral e Av. Egas Moniz dos nossos tempos, obras de autarcas sem memórias e de arquitetos sem respeito pelo legado histórico!
domingo, 24 de agosto de 2014
Beirut no Paredes de Coura
Com muita pena minha não fui ver os Beirut ao festival de Paredes de Coura, mas aqui fica mais uma das melhores músicas e interpretações deles - Cliquot.
Palestina e Israel | o mundo Islâmico e o Ocidente
É incompreensível como Israel demonstra não ter querido
estes anos todos a paz com a Palestina. Face à opinião da comunidade
internacional, bastaria aceitar as fronteiras de 1967 nas negociações para a
paz e no reconhecimento do estado palestiniano. Será uma estratégia de
sobrevivência? Ao estar rodeado de inimigos por todo o lado, muitos dos quais
advogam a extinção do estado de Israel, conseguirá melhor controlar os seus
inimigos estando em permanente estado de conflito, desarmando o adversário e
controlando os atos hostis.
Mas enquanto no primeiro cenário teria evidentes ganhos
políticos e de popularidade internacional, ao ceder naquilo que pode ceder e
sendo a parte agredida em eventuais atos hostis ou terroristas do lado árabe,
no cenário atual tem obtido uma cada vez maior antipatia internacional e, mais
grave ainda, a cada vez maior revolta e ódio de todo o mundo islâmico. O
reflexo deste facto é que o Hamas é mais radical que o Movimento de Libertação
da Palestina.
A situação Israel/Árabe constitui um microcosmos da relação
do mundo islâmico com o Ocidente. Todos estes anos de terrorismo internacional
com aparecimento de ameaças cada vez maiores, e o Estado Islâmico por incrível
que possa parecer é mais perigoso e selvático que a Al-Qaeda, parece ter a sua
origem no conflito palestiniano.
E Isto está a levar-nos a um cada vez maior choque de
civilizações. O mundo global que temos hoje não tem reflexo nas várias zonas do
globo, em termos de qualidade de vida, de objetivos de vida, nem na forma como
é visto e entendido o mundo!
sábado, 15 de março de 2014
Monumentos Desaparecidos
O blog Monumentos Desaparecidos conta a história de monumentos que por alguma razão deixaram de existir, relembrando o património perdido e o passado de Portugal. Contextualiza os relatos com reproduções de postais magníficos da época.
Um relato de que gostei particularmente é o do Café Chaves que existiu em tempos nos Jardins da Cordoaria. Este jardim que existe no espaço entre a Torre dos Clérigos, a Faculdade de Ciências (Praça dos Leões) e o Hospital de Santo António, teve em tempos um edifício onde funcionou o Café Chaves, desde data não precisa no séc. XIX até 1900, quando mudou para o rés-do-chão do Hotel Francfort, na rua D. Pedro, até 1917, aquando da demolição do edifício para a abertura da Avenida dos Aliados. Voltou para a Cordoaria até 1947, altura da sua extinção.
Quando ocasionalmente fiz este percurso da Avenida dos Aliados, Clérigos e Campo dos Mártires da Pátria, mesmo em frente ao Jardim da Cordoaria, para ir ao Arquivo Distrital do Porto nas minhas pesquisa genealógicas, nunca imaginei que tivesse existido integrado no jardim, o magnífico edifício que se vê na fotografia.
Um relato de que gostei particularmente é o do Café Chaves que existiu em tempos nos Jardins da Cordoaria. Este jardim que existe no espaço entre a Torre dos Clérigos, a Faculdade de Ciências (Praça dos Leões) e o Hospital de Santo António, teve em tempos um edifício onde funcionou o Café Chaves, desde data não precisa no séc. XIX até 1900, quando mudou para o rés-do-chão do Hotel Francfort, na rua D. Pedro, até 1917, aquando da demolição do edifício para a abertura da Avenida dos Aliados. Voltou para a Cordoaria até 1947, altura da sua extinção.
Quando ocasionalmente fiz este percurso da Avenida dos Aliados, Clérigos e Campo dos Mártires da Pátria, mesmo em frente ao Jardim da Cordoaria, para ir ao Arquivo Distrital do Porto nas minhas pesquisa genealógicas, nunca imaginei que tivesse existido integrado no jardim, o magnífico edifício que se vê na fotografia.
sábado, 18 de janeiro de 2014
O Papel do Estado
Historicamente, os cidadãos vêm o estado como a entidade que
zela pelo interesse de todos. Que administra a justiça, a defesa, a saúde, a
educação e a organização do país. A contrapartida para o usufruto deste serviço
social do estado é o cumprimento dos deveres de cada um, nomeadamente o cumprimento
das leis e o pagamento dos impostos. É este equilíbrio de direitos e obrigações
que não é compreendido por muitos dos portugueses. Usufrui-se da educação para
si e para os filhos, dos hospitais em consultas, tratamentos e operações que
ficam muito caras ao estado, das vias de comunicação e dos transportes, da
justiça, etc., mas quando toca a pagar os impostos, o estado é muitas vezes
apelidado de sanguessuga e que só existe para taxar as pessoas e empresas. E
estou a falar do nosso regime democrático, em que as leis e regras são
estabelecidas na Assembleia da República por deputados eleitos por todos nós.
Temos portanto a justiça, a defesa, a saúde e a educação que
a maioria, de forma indireta, escolhe. Mas para isso, temos de pagar o custo
que cada uma delas tem, mesmo considerando que, por vezes, os recursos são mal administrados
e que, cada vez mais, é necessário racionalizá-los. Sendo assim, nesta era de
enormes dificuldades do país, devemos decidir que justiça, defesa, saúde e
educação queremos, como deve ser administrada e quanto estamos dispostos a
pagar por elas.
É por isso que aqueles que consideram que os funcionários
públicos são uns privilegiados, estão equivocados. Os funcionários públicos
desempenham o seu trabalho nas condições contratualizadas, para tornar possível
a concretização dos serviços do estado. Desta forma, nesta era em que o governo
do país tem de tomar medidas extraordinárias para garantir os compromissos e a
solvência do país, é injusto direcionar mais os sacrifícios para os funcionários
públicos (e para os pensionistas, por outras razões). Já o princípio de tornar convergentes
as condições laborais entre o sector público e privado (mas em ambos os
sentidos) parece justo, e é mais um argumento que confirma que os sacrifícios
devem ser partilhados de forma equitativa por todos.
sábado, 11 de janeiro de 2014
All Night Long - Peter Murphy
Para recordar esta excelente música da nossa geração, All Night Long.
Pereira, Parabéns pelos 50 anos, e tal como diz a música, mantém os segredos da tua "força"!
Um abraço,
Pereira, Parabéns pelos 50 anos, e tal como diz a música, mantém os segredos da tua "força"!
Um abraço,
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