sábado, 28 de março de 2015

A influência dos EUA

A forma como os Estados Unidos desceram artificialmente o preço do petróleo no mercado internacional e aplicaram assim um rude golpe à economia da Rússia, muito dependente do petróleo, demonstra a força e influência dos EUA no mundo. Se é certo que esta medida não teve um impacto decisivo na guerra civil da Ucrânia, pelo menos pôs Putin em sentido e obrigou-o a refletir sobre as possíveis consequências de futuros atos da Rússia, nesse contexto. Mais do que uma resposta militar, o aperto económico tem um impacto muito mais significativo no descontentamento geral da população.
Este acontecimento fez-me refletir nos acontecimentos no início da crise da União Europeia e em particular no nosso país. As agências financeiras (americanas) desciam mês após mês os ratings dos países mais endividados e com maiores problemas económicos, que segundo muitos especialistas europeus, não justificava essa aparente e constante histeria. As próprias agências de rating foram postas em causa e falou-se na criação de agências europeias. E os juros dos empréstimos a esses países subiram para níveis incomportáveis.
Passados estes anos, se é certo que o nosso país demonstrou saber "apertar o cinto" numa situação de dificuldade económica, não fez as reformas estruturais necessárias, não resolveu contratos ruinosos e situações de corrupção, nem resolveu os desequilíbrios económicos do país, tendo desperdiçado esta oportunidade. Continuamos com uma dívida enorme, agora ainda maior, e o crescimento económico não é muito diferente do da altura. No entanto, as taxas de juro estão historicamente baixas! Será só uma questão de confiança dos mercados?
Esta crise económica mundial teve, como sabemos, origem nos EUA em 2006/2008 com a bolha imobiliária ou subprime, no entanto o centro deste "furacão" foi afastado para a UE que está ainda a sofrer as maiores consequências. Não acredito em teorias da conspiração mas é bem patente a influência dos EUA na ordem mundial.