A forma como os Estados Unidos
desceram artificialmente o preço do petróleo no mercado internacional e
aplicaram assim um rude golpe à economia da Rússia, muito dependente do
petróleo, demonstra a força e influência dos EUA no mundo. Se é certo que esta
medida não teve um impacto decisivo na guerra civil da Ucrânia, pelo menos pôs
Putin em sentido e obrigou-o a refletir sobre as possíveis consequências de
futuros atos da Rússia, nesse contexto. Mais do que uma resposta militar, o
aperto económico tem um impacto muito mais significativo no descontentamento
geral da população.
Este acontecimento
fez-me refletir nos acontecimentos no início da crise da União Europeia e em
particular no nosso país. As agências financeiras (americanas) desciam mês após mês os ratings dos países mais endividados e com maiores
problemas económicos, que segundo muitos especialistas europeus, não
justificava essa aparente e constante histeria. As próprias agências de rating foram postas em causa e falou-se
na criação de agências europeias. E os juros dos empréstimos a esses países
subiram para níveis incomportáveis.
Passados estes
anos, se é certo que o nosso país demonstrou saber "apertar o cinto"
numa situação de dificuldade económica, não fez as reformas estruturais
necessárias, não resolveu contratos ruinosos e situações de corrupção, nem
resolveu os desequilíbrios económicos do país, tendo desperdiçado esta
oportunidade. Continuamos com uma dívida enorme, agora ainda maior, e o
crescimento económico não é muito diferente do da altura. No entanto, as taxas
de juro estão historicamente baixas! Será só uma questão de confiança dos
mercados?
Esta crise
económica mundial teve, como sabemos, origem nos EUA em 2006/2008 com a bolha
imobiliária ou subprime, no
entanto o centro deste "furacão" foi afastado para a UE que está
ainda a sofrer as maiores consequências. Não acredito em teorias da
conspiração mas é bem patente a influência dos EUA na ordem mundial.