Temos sido governados por uma geração de líderes políticos “boys
partidários”, sem experiência nem currículo profissional que lhes permitam
governar os destinos do país. Longe já vão os tempos em que tínhamos como líderes
dos principais Partidos Mário Soares, Sá Carneiro, Álvaro Cunhal ou Freitas do
Amaral, que tinham carreiras profissionais feitas e vieram para a política para
servir o país e não para se servir dele.
Esta geração de políticos colocou o país próximo da falência
e transformou um estado que tinha os seus recursos ao serviço da população (autarquias,
serviços de luz, água, etc.), progressivamente num estado ao serviço de interesses
de grupos económicos, de interesses particulares e indiretamente dos próprios
políticos e minado pela corrupção, veja-se as PPPs, BPN e BES, autarquias, EDP,
PT... Temos agora esse cenário futuro de 2050, de um país com seis milhões de
habitantes, sem futuro e que não fará jus aos nossos oito séculos de História.
Com uma atividade de advogado e provas dadas na Câmara de
Lisboa, António Costa sucedeu a um líder de que não se conhecem outras
atividades para além das juventudes partidárias e da política. As suas ideias e
propostas políticas são de experiência feita, mas que a tradição do partido no
investimento no Estado Social, seja ao serviço do crescimento económico e não
coloque em causa a estabilidade das contas públicas.
Também Rui Rio, com uma carreira profissional ímpar e uma
excelente passagem pela Câmara do Porto onde pós em ordem as finanças da
autarquia, pode suceder a um líder que também passou pelas juventudes
partidárias com fugazes atividades profissionais, e que para além da
determinação, não fez a maioria das reformas que o país precisava. Se Rui Rio
avançar para a candidatura a PR antes das legislativas arrisca-se, na sequência
de uma derrota do PSD, à demissão de Passos Coelho e que o novo líder aposte em
Marcelo para PR. Para além disso, Rio pode ser mais útil ao país como Primeiro-ministro
do que PR, o currículo dele fala por si.