Um dos professores na manifestação de ontem, entrevistado por um canal de
televisão, nomeou todos os ministros da educação que nos últimos 10 ou 15 anos
foram vergados á força e vontade dos professores. É lamentável, mas esta
posição demonstra que muitos professores (e os sindicatos) acham que podem ser
privilegiados relativamente ao resto da administração pública, atingindo os
seus objetivos através da força que constitui a greve que afete os exames e, no
fundo, as vidas de milhares de estudantes.
Seria bem mais compreensível que a posição dos professores fosse manifestada
de forma comum a todos os funcionários da administração pública na greve geral
agendada.
No entanto, esta posição comum da administração pública deve, tal como os
professores, ter em atenção a grave situação do país e que as medidas
restritivas estão a ser impostas de fora pela troica, atravessamos um período
em que não poderemos evitar os sacrifícios de todos. Também, não deverão querer
privilégios relativamente ao setor privado mas, sempre que a comparação com o
sector privado seja feita, deverão exigir que se compare também quando é o
setor privado que tem os privilégios. Por exemplo quando se comparam
vencimentos entre os dois setores, não se tem em conta os suplementos de
vencimento (carro, subsídio de alimentação mais elevado, outros suplementos...)
que as empresas dão aos seus trabalhadores porque existe um benefício fiscal
mútuo. Os funcionários públicos não fogem 1 cêntimo aos impostos!