Esta crise política teve um aspeto muito positivo, obrigar a
uma reformulação governamental e reorientar a linha política do governo. Mesmo
apontando-se inúmeros erros ao governo, seria muito negativo desperdiçar estes dois
anos de sacrifícios dos portugueses, e pode ser agora que se faça a reforma do
estado e que consigamos cumprir com os objetivos para a Troika se ir embora no
prazo de um ano.
Se foi uma atitude premeditada, para obter mais poder, para
obter dividendos políticos futuros, Paulo Portas terá um espírito calculista e maquiavélico,
mas se foi uma questão de princípios, se foi a última gota na falta de diálogo e
prepotência do Primeiro-ministro, então acho uma atitude louvável. As questões
que ficaram no ar é se ele pensou nas consequências para o país (interesse nacional)
que a sua atuação colocou em causa e também ficou em causa a, já posta em causa
muitas vezes, palavra de Paulo Portas.
Se pensou nas consequências para o país, ou é um visionário
brilhante, considerando que está remodelação será positiva para o país, ou
então é um irresponsável e calculista. Relativamente à palavra dele, os factos
falam por si mas teve o condão de a ter perdido pela contrapartida da
estabilidade governamental.
Finalmente, refiro os comentadores políticos. Aprecio muito o
Eixo do Mal por exemplo, mas parece-me que em termos gerais a contundência das
palavras e das análises causam sensação e têm muita audiência mas deveriam ser
mais consequentes pois o objetivo deveria ser a crítica apontando as
alternativas e o acerto nas previsões.
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