Tenho-me questionado sobre a razão que tem levado, nos
últimos anos, a recorrentes falhanços nas sondagens efetuadas antes das
eleições, não só no nosso país mas também noutros países europeus.
Para as eleições de 4 de Outubro, parece-me estranho este
“empate técnico” para que apontam as sondagens. As medidas duras e impopulares
que a coligação teve de tomar nestes 4 anos, deveriam estar a refletir o
descontentamento nas sondagens e consequentemente uma vantagem do maior partido
da oposição, mesmo que isso à ultima da hora não se refletisse nos votos.
A sondagem da Eurosondagem para o Expresso e a SIC,
publicada este fim-de-semana, refere na ficha técnica: “Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem S.A. para o
Expresso e SIC, de 17 a 23 de setembro de 2015.Entrevistas telefónicas
realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados. O universo é a
população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e habitando
lares com telefone da rede fixa…”
Sempre achei que as amostras das sondagens são muito
reduzidas para poderem dar indicadores corretos mas o aspeto que me chama mais a
atenção é o da sondagem ser baseada em “lares com telefone da rede fixa”, e o
mesmo acontece nas sondagens da Univ. Católica e da Intercampus. As
comunicações de voz sofreram uma evolução drástica nas últimas décadas. No
século XXI toda a gente tem um telemóvel mas nem todas as famílias têm um
telefone da rede fixa. Aliás, o hábito e a necessidade para as famílias de terem
um telefone da rede fixa verifica-se cada vez menos. Acho até que na classe
média-baixa, até por razões económicas, isso não se verifica de todo.
Penso assim que poderá haver mais um falhanço nas sondagens
e uma das duas principais forças políticas poderá até chegar perto da maioria
absoluta.
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