Se um dia a História ditar uma Catalunha independente na
sequência dos acontecimentos recentes, os Catalães não terão razões de orgulho
na forma como o processo se desenrolou. Uma maioria pouco significativa no
parlamento Catalão a favor da independência, um referendo realizado de forma ilegal onde só terão tido
razões para votar os partidários da independência e, em contraste com as
queixas de falta de tolerância e respeito democrático do governo central, os
partidários pela manutenção na Federação Espanhola não tiveram voz e foram
mesmo ostracizados neste processo.
As razões principais para este processo de independência não
foram a afirmação da nacionalidade pelas razões históricas, culturais e sociais
mas antes as reivindicações económicas da comunidade autónoma mais rica de
Espanha, o que demonstra falta de solidariedade para com o resto de Espanha.
O Rei e o primeiro-ministro de Espanha demonstraram uma
posição determinada no respeito da constituição e na unidade do país, no
respeito da democracia, mas não terem dito uma única palavra contra o uso
desproporcionado da força contra os catalães que só queriam votar ou
protestavam contra as medidas do governo central, pode por em causa irremediavelmente
o comprometimento do povo Catalão para com a Espanha, mesmo os até aqui partidários da manutenção
da integração com Espanha.
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