domingo, 3 de julho de 2022

A qualidade de vida e uma guerra de Valores

Experimentei começar a ir para o trabalho de metro, devido ao preço da gasolina e para dar o meu pequeno contributo para a luta contra aqueles que não respeitam a liberdade e a livre expressão do ser humano. E esta experiência tem sido surpreendente!... A evolução tecnológica leva-nos a pensar, em certas alturas da vida, que qualidade de vida é ir de carro para o emprego, mas as filas de transito, o stress e a busca persistente de uma melhor condição física, levou-me a encontrar outro caminho com melhor qualidade de vida, ao caminhar nestes percursos naturais como o novo Parque da Asprela ou observar a Ribeira e o rio Douro enquanto ouço a TSF ou a Comercial ou leio as notícias no smartphone. Já os Romanos há 2000 anos, deixaram-nos o legado dos ginásios e termas porque tinham esse objetivo da melhoria da qualidade de vida. Somente a escassez de Valores sólidos terá levado à queda dessa civilização brilhante e seguiu-se-lhe uma civilização de trevas do conhecimento e baseada na procura exacerbada dos valores religiosos.

Encontramo-nos numa época decisiva em termos de Princípios e Valores da Humanidade que têm as suas raízes nos mandamentos recebidos por Moisés. Quando pensávamos que no século XXI a democracia e o respeito pela individualidade humana tinham sido conquistas garantidas ao longo da História e, mais recentemente, no século XX das conquistas civilizacionais, em particular da democracia e da Paz. No entanto este século XXI tem-nos revelado estas facetas obscuras, a persistência dos regimes totalitários, mas também fenómenos como o “trumpismo” na América bipolar que tem idênticas facetas noutras partes do mundo, os haters nas redes sociais e na sociedade, com os seus comentários e manifestações de ódio, e o negacionismo por vezes encontrado ao virar da esquina.

O povo ucraniano descobriu que há certas alturas que é preciso sacrificar a Paz para se conquistar a segurança e se preservar a Liberdade de um povo. Do outro lado estão regimes totalitários como a Rússia ou a China que constituem uma larga franja da Humanidade. Xi Jinping afirma no seu cinismo, que os direitos humanos num país não podem ser julgados pelos critérios de outros, como se os direitos humanos fossem Princípios relativos. E que a China dá predominância ao respeito da posição principal do povo e à liderança do Partido, do que ao bem-estar individual e à democracia. Quem pensa e se manifesta de forma diferente, são dissidentes, traidores ao regime legítimo e estão ao serviço do Ocidente! Se tivessem seguido sempre estes dogmas, os Imperadores e o Czar da Rússia ainda estariam no poder, pelo que são conceitos com alicerces de barro que colocam em causa o próprio regime. Visam somente preservar o regime no poder e negam os conceitos fundamentais da democracia e do respeito pelo ser humano. Cada uma e todas as vidas humanas que se oponham são “estatísticas” dispensáveis, como afirmaram outros ditadores tristemente célebres do séc. XX! (continua...)

Music 'Temptation' by New Order

Já Putin e o regime Russo demonstram uma total ausência de Valores e não esperavam que o Ocidente colocasse, em grande media, esses Valores acima do bem estar económico nos próximos anos. Refletem uma total falta de humanidade, de Alma, refletem a faceta negra da humanidade… Estamos num momento de viragem da Humanidade, este pode ser o Nó Górnio no relacionamento das democracias com os regimes totalitários que irão pensar duas vezes no futuro, antes de cometerem crimes de guerra contra outros povos ou o seu próprio povo. Acredito que o regime Russo será ostracizado durante décadas no século XXI ou então se outros regimes se lhes juntarem, teremos no futuro um mundo divido em dois polos, numa guerra de Valores, na constante luta da Luz contra as Trevas!

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