É incompreensível como Israel demonstra não ter querido
estes anos todos a paz com a Palestina. Face à opinião da comunidade
internacional, bastaria aceitar as fronteiras de 1967 nas negociações para a
paz e no reconhecimento do estado palestiniano. Será uma estratégia de
sobrevivência? Ao estar rodeado de inimigos por todo o lado, muitos dos quais
advogam a extinção do estado de Israel, conseguirá melhor controlar os seus
inimigos estando em permanente estado de conflito, desarmando o adversário e
controlando os atos hostis.
Mas enquanto no primeiro cenário teria evidentes ganhos
políticos e de popularidade internacional, ao ceder naquilo que pode ceder e
sendo a parte agredida em eventuais atos hostis ou terroristas do lado árabe,
no cenário atual tem obtido uma cada vez maior antipatia internacional e, mais
grave ainda, a cada vez maior revolta e ódio de todo o mundo islâmico. O
reflexo deste facto é que o Hamas é mais radical que o Movimento de Libertação
da Palestina.
A situação Israel/Árabe constitui um microcosmos da relação
do mundo islâmico com o Ocidente. Todos estes anos de terrorismo internacional
com aparecimento de ameaças cada vez maiores, e o Estado Islâmico por incrível
que possa parecer é mais perigoso e selvático que a Al-Qaeda, parece ter a sua
origem no conflito palestiniano.
E Isto está a levar-nos a um cada vez maior choque de
civilizações. O mundo global que temos hoje não tem reflexo nas várias zonas do
globo, em termos de qualidade de vida, de objetivos de vida, nem na forma como
é visto e entendido o mundo!