domingo, 24 de agosto de 2014

Palestina e Israel | o mundo Islâmico e o Ocidente


É incompreensível como Israel demonstra não ter querido estes anos todos a paz com a Palestina. Face à opinião da comunidade internacional, bastaria aceitar as fronteiras de 1967 nas negociações para a paz e no reconhecimento do estado palestiniano. Será uma estratégia de sobrevivência? Ao estar rodeado de inimigos por todo o lado, muitos dos quais advogam a extinção do estado de Israel, conseguirá melhor controlar os seus inimigos estando em permanente estado de conflito, desarmando o adversário e controlando os atos hostis.

Mas enquanto no primeiro cenário teria evidentes ganhos políticos e de popularidade internacional, ao ceder naquilo que pode ceder e sendo a parte agredida em eventuais atos hostis ou terroristas do lado árabe, no cenário atual tem obtido uma cada vez maior antipatia internacional e, mais grave ainda, a cada vez maior revolta e ódio de todo o mundo islâmico. O reflexo deste facto é que o Hamas é mais radical que o Movimento de Libertação da Palestina.

A situação Israel/Árabe constitui um microcosmos da relação do mundo islâmico com o Ocidente. Todos estes anos de terrorismo internacional com aparecimento de ameaças cada vez maiores, e o Estado Islâmico por incrível que possa parecer é mais perigoso e selvático que a Al-Qaeda, parece ter a sua origem no conflito palestiniano.

E Isto está a levar-nos a um cada vez maior choque de civilizações. O mundo global que temos hoje não tem reflexo nas várias zonas do globo, em termos de qualidade de vida, de objetivos de vida, nem na forma como é visto e entendido o mundo!

sábado, 15 de março de 2014

Monumentos Desaparecidos

O blog Monumentos Desaparecidos conta a história de monumentos que por alguma razão deixaram de existir, relembrando o património perdido e o passado de Portugal. Contextualiza os relatos com reproduções de postais magníficos da época.

Um relato de que gostei particularmente é o do Café Chaves que existiu em tempos nos Jardins da Cordoaria. Este jardim que existe no espaço entre a Torre dos Clérigos, a Faculdade de Ciências (Praça dos Leões) e o Hospital de Santo António, teve em tempos um edifício onde funcionou o Café Chaves, desde data não precisa no séc. XIX até 1900, quando mudou para o rés-do-chão do Hotel Francfort, na rua D. Pedro, até 1917, aquando da demolição do edifício para a abertura da Avenida dos Aliados. Voltou para a Cordoaria até 1947, altura da sua extinção.


Quando ocasionalmente fiz este percurso da Avenida dos Aliados, Clérigos e Campo dos Mártires da Pátria, mesmo em frente ao Jardim da Cordoaria, para ir ao Arquivo Distrital do Porto nas minhas pesquisa genealógicas, nunca imaginei que tivesse existido integrado no jardim, o magnífico edifício que se vê na fotografia.

sábado, 18 de janeiro de 2014

O Papel do Estado



Historicamente, os cidadãos vêm o estado como a entidade que zela pelo interesse de todos. Que administra a justiça, a defesa, a saúde, a educação e a organização do país. A contrapartida para o usufruto deste serviço social do estado é o cumprimento dos deveres de cada um, nomeadamente o cumprimento das leis e o pagamento dos impostos. É este equilíbrio de direitos e obrigações que não é compreendido por muitos dos portugueses. Usufrui-se da educação para si e para os filhos, dos hospitais em consultas, tratamentos e operações que ficam muito caras ao estado, das vias de comunicação e dos transportes, da justiça, etc., mas quando toca a pagar os impostos, o estado é muitas vezes apelidado de sanguessuga e que só existe para taxar as pessoas e empresas. E estou a falar do nosso regime democrático, em que as leis e regras são estabelecidas na Assembleia da República por deputados eleitos por todos nós.

Temos portanto a justiça, a defesa, a saúde e a educação que a maioria, de forma indireta, escolhe. Mas para isso, temos de pagar o custo que cada uma delas tem, mesmo considerando que, por vezes, os recursos são mal administrados e que, cada vez mais, é necessário racionalizá-los. Sendo assim, nesta era de enormes dificuldades do país, devemos decidir que justiça, defesa, saúde e educação queremos, como deve ser administrada e quanto estamos dispostos a pagar por elas.

É por isso que aqueles que consideram que os funcionários públicos são uns privilegiados, estão equivocados. Os funcionários públicos desempenham o seu trabalho nas condições contratualizadas, para tornar possível a concretização dos serviços do estado. Desta forma, nesta era em que o governo do país tem de tomar medidas extraordinárias para garantir os compromissos e a solvência do país, é injusto direcionar mais os sacrifícios para os funcionários públicos (e para os pensionistas, por outras razões). Já o princípio de tornar convergentes as condições laborais entre o sector público e privado (mas em ambos os sentidos) parece justo, e é mais um argumento que confirma que os sacrifícios devem ser partilhados de forma equitativa por todos.

sábado, 11 de janeiro de 2014

All Night Long - Peter Murphy

Para recordar esta excelente música da nossa geração, All Night Long.

Pereira, Parabéns pelos 50 anos, e tal como diz a música, mantém os segredos da tua "força"!

Um abraço,

sábado, 14 de dezembro de 2013

Beirut - A Sunday Smile



Beirut começou por ser um projeto a solo do norte-americano Zach Condon que em 2006 gravou sozinho em casa a maior parte do material do álbum Gulag Orkestar, resultado de uma viagem que efetuou ao leste da europa e da exploração da world music que foram determinantes no desenvolvimento das sonoridades que caracterizam a banda. Instrumentos de sopro como a tuba, o bombardino e o acordeão, e que tem como principais instrumentos o flugelhorn e o ukulele.

O álbum seguinte "The Flying Club Cup" tem a inspiração da chanson francesa do início do século XX. É mais orquestral mas permanece com uma sonoridade e estilo inconfundível, com baladas melancólicas e marchas alegres.

A música do vídeo a seguir, A Sunday Smile, é uma das mais belas e emblemáticas da sonoridade dos Beirut, uma balada com a mistura de sonoridades dos instrumentos referidos, faz-me lembrar as bandas de coreto nos anos setenta, em dias de festa e nas noites de verão.

domingo, 24 de novembro de 2013

Um novo partido à Esquerda

A intensão de criação de um partido “no meio da esquerda” poderá preencher um espaço enorme entre os gémeos políticos PCP e BE e o partido Socialista. De facto, durante algum tempo o BE pareceu ser essa alternativa à esquerda mas acabou por vir ao de cima a coincidência das orientações políticas. O PCP mais ortodoxo, mais comprometido com os ex-regimes de leste e mais conservador e o BE mais moderno, sem complexos com a história do comunismo internacional, com as bandeiras do combate a todo o tipo de discriminações e a defesa do casamento dos homossexuais, no fundo conteúdos políticos muito semelhantes numa roupagem mais moderna do BE.

No outro lado da esquerda, o PS defende o socialismo democrático e os trabalhadores mas este princípios têm sofrido desvios com o facilitismo e o convite à inercia do Rendimento Mínimo Garantido, o exagero do peso do estado e comprometimento com interesses económicos, a falácia de que para o desenvolvimento basta criar infraestruturas (as autoestradas…) e as irresponsabilidades das PPP e a proliferação das fundações que, com a justificação do desenvolvimento, aumentaram os compadrios e endividaram o país.

Um novo partido no meio da esquerda com princípios de equilíbrio entre uma economia de livre iniciativa e justiça social para as pessoas e que premeie o mérito e combata a corrupção. Com uma nova mentalidade, dirigido por individualidades de mérito que não precisam da política mas que prestam um serviço ao país, em contraste com este tempo de boys que se promovem com a política, poderá permitir uma nova fase de desenvolvimento do país e de um novo e livre futuro para os portugueses.

sábado, 9 de novembro de 2013

House of the Rising Sun - 50 anos

Esta música dos Animals está a fazer 50 anos tal como nós, um bom exemplo que nos anos 60 não foram só os Beatles e os Rolling Stones a fazerem boas músicas.

Aníbal, que a casa do sol nascente seja o mote para mais outros 50, Parabéns!


sábado, 2 de novembro de 2013

Flower's grave

Encontrei há uns tempos esta excelente interpretação da Luísa Sobral, Flower's grave um original de Tom Waits. Por curiosidade, visualizei uma interpretação do mítico músico e compositor da mesma música, uma voz rouca de álcool e tabaco, mas isso não será novidade...

Esta música transmite-nos uma ambiência destes dias saudosos em que ninguém coloca flores no túmulo de uma flor... E será que if we are to die tonight Another rose will bloom?



Someday the silver moon and I will go to dreamland
I will close my eyes and wake up there in dreamland
And Tell me who will put flowers on a flower's grave?
Who will say a prayer?

Will I meet a China rose there in dreamland?
Or does love lie bleeding in dreamland?
Are these days forever and always?

And if we are to die tonight
Is there a moonlight up ahead?
And if we are to die tonight
Another rose will bloom

For a faded rose
Will I be the one that you save?
I love when it showers
But no one puts flowers
On a flower's grave

...

domingo, 1 de setembro de 2013

A infâmia na Síria



O anúncio de Obama de um ataque dos EUA à Síria é uma resposta à infâmia da utilização de armas químicas pelo regime Sírio contra a sua população, o qual provocou centenas de mortos. Que apresente as provas à ONU! Até para se ver até onde chegam as atitudes hipócritas e calculistas da Rússia e China.
A Síria é um país subjugado por um ditador ignóbil, mais um que faz tudo para manter o poder e que age como se os milhares de vidas perdidas do povo Sírio sejam só uma estatística.
É certo que os Estados Unidos ao longo dos anos têm entrado em muitas guerras onde a defesa dos direitos humanos oculta outros interesses, do petróleo, armas, etc. Mas pelo menos eles, como uma potência, podem dizer que defendem os direitos humanos no planeta. A posição de imensa fraqueza da Europa demonstra que só vale a pena defender os direitos humanos quando podem estar em causa também outros interesses que ponham em causa a economia mundial.
Por cá, ouvi um ex-dirigente do bloco de esquerda condenar a intensão do ataque dos EU pois os EU já utilizaram também armas químicas e que não iriamos agora bombardear Washington por causa disso. Gostava de saber onde e quando os EU utilizaram armas químicas. Mas esta afirmação revela o “lavar as mãos como Pilatos” e um enorme complexo de inferioridade! Os EU são uma potência mundial e, neste caso, estão a pensar no povo Sírio e vão defender um valor que deveria ser Universal!