São os desejos do Gabriel, Leonardo, Carla e José Estrela!
O Blogue “De Penafiel para a Grande Cidade” tem por objetivo ser um canal de comunicação ocasional para um grupo de amigos, naturais de Penafiel, a que as obrigações profissionais e familiares e a distância tem obrigado a se encontrarem cada vez menos para poderem partilhar ideias. Uma opinião política, um assunto da atualidade, uma música, uma foto ou um postal, ou uma piada, poderão ser alguns dos temas aqui expostos. Mas atenção, este é um blogue familiar, não são permitidas ordinarices!
domingo, 31 de dezembro de 2017
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
Blade Runner: Perigo Iminente | Blade Runner 2049
Blade Runner, o filme de 1982, foi um filme de ficção científica de
referência para a nossa geração! Pelo que aguardava com ansiedade e interesse a
sequela que vinha sendo anunciada há anos.
O trailer criou-me a expectativa de ver um segundo filme à imagem do
primeiro, visualmente atualizado refletindo os 30 anos no futuro do segundo
filme, mas Blade Runner 2049 ultrapassou todas as minhas expectativas. A
ficção científica traduzida num excelente argumento, que reflete sobre
valores e sentimentos de humanos e «replicantes», uma ficção científica
espantosa em como perspetiva a inteligência artificial e a realidade virtual de
2049, e a intensidade do filme e da banda sonora!
Uma obra-prima que tem tudo para ser um filme de ficção científica de referência do século
XXI.
"...like tiers in rain. Time to die" Blade Runner: Perigo Iminente. Imagem Google - Ad Lib GIFs |
Blade Runner: Perigo Iminente. Imagem Google - The Verge |
Blade Runner 2049. Imagem Google - Alcon Entertainment |
Blade Runner 2049. Imagem Google - Alcon Entertainment |
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Se um dia a História ditar uma Catalunha independente
Se um dia a História ditar uma Catalunha independente na
sequência dos acontecimentos recentes, os Catalães não terão razões de orgulho
na forma como o processo se desenrolou. Uma maioria pouco significativa no
parlamento Catalão a favor da independência, um referendo realizado de forma ilegal onde só terão tido
razões para votar os partidários da independência e, em contraste com as
queixas de falta de tolerância e respeito democrático do governo central, os
partidários pela manutenção na Federação Espanhola não tiveram voz e foram
mesmo ostracizados neste processo.
As razões principais para este processo de independência não
foram a afirmação da nacionalidade pelas razões históricas, culturais e sociais
mas antes as reivindicações económicas da comunidade autónoma mais rica de
Espanha, o que demonstra falta de solidariedade para com o resto de Espanha.
O Rei e o primeiro-ministro de Espanha demonstraram uma
posição determinada no respeito da constituição e na unidade do país, no
respeito da democracia, mas não terem dito uma única palavra contra o uso
desproporcionado da força contra os catalães que só queriam votar ou
protestavam contra as medidas do governo central, pode por em causa irremediavelmente
o comprometimento do povo Catalão para com a Espanha, mesmo os até aqui partidários da manutenção
da integração com Espanha.
terça-feira, 5 de setembro de 2017
Como o Clima fez História
A série documental How
Climate Made History (SBS 2015) que passou recentemente na RTP3, dá-nos uma
perspetiva recente da influência do clima na evolução da História. Desde a
década de 1990 a pesquisa científica sobre mudanças climáticas evoluiu
bastante, com o resultado da melhora da fidelidade dos modelos computacionais e
do trabalho de observação. A pesquisa expandiu a nossa compreensão das relações
causais com dados históricos e a capacidade de modelar as mudanças climáticas.
Assim como as condições climáticas extremas contribuíram para a extinção dos
Neandertais e permitiram ao Homo Sapiens moderno dominar a terra, também as
condições climáticas favoráveis permitiram a ascensão de Impérios e promoveram
o comércio e a prosperidade enquanto os eventos climáticos adversos geralmente
levaram à guerra e a outras catástrofes humanas. Eis alguns exemplos que retive
desta série.
O final da Idade do Gelo por volta de 17.000 AC, devido a
alterações na órbitra terrestre que tornaram a luz do sol mais forte
especialmente no verão, provocou ao longo de alguns milhares de anos o gradual aquecimento
do planeta e que o clima ficasse mais ameno. As placas de gelo do Ártico e do
Antártico começaram a derreter, a água dos oceanos também aqueceu provocando
que a Corrente do Golfo começasse a fluir novamente, a evaporação para a
atmosfera aumentou provocando chuvas regulares e aumentando a biodiversidade e
criando as condições para as primeiras civilizações. Ao longo deste período o
nível do mar subiu 120 metros, reclamando vastas áreas de terra fértil e inundando
os deltas dos rios e ao longo das áreas costeiras e mudando assim o mapa
mundial. A Bíblia relata estes eventos na narrativa da inundação no Genesis, e
existem relatos em muitas sociedades humanas por todo o planeta desta Grande
Inundação que ocorreu entre 10.000 e 5.000 AC. Mas houve um lugar que
beneficiou destes eventos, a região do Sahara tornou-se verdejante nessa época!
Na altura do nascimento de Jesus Cristo, a radiação solar
provavelmente decresceu e a Corrente do Golfo arrefeceu, tornando o clima
terrestre muito mais frio. À medida que o clima frio e instável torna as
condições de vida mais hostis, as tribos fora do Império Romano começaram a competir
pelos recursos escassos, causando o início de uma migração em massa, movimentaram-se
para sul e desalojaram outras tribos, provocando dezenas de milhares de
refugiados do clima que iam avançando lentamente no Império Romano, avanço esse
facilitado pela travessia dos rios gelados. À medida que mais tribos invadem,
conquistam e se estabelecem no território romano, acaba por significar o fim do
Império Romano do Ocidente em 476 DC.
A atividade solar aumentou consideravelmente por volta do
ano 880, provocando o aquecimento da Terra e as estações do ano tornaram-se
mais fiáveis. O Atlântico Norte tornou-se navegável a maior parte do ano
permitindo o início das invasões dos Vikings por toda a Europa e que lhes
permitiu também a exploração da Islândia e da Gronelândia e mais tarde da costa
atlântica da América do Norte, 500 anos antes de Cristóvão Colombo. Com o
aumento da temperatura as condições para a agricultura tornaram-se as melhores
desde há séculos. A agricultura tornou-se intensiva, permitindo o aumento do
comércio e o florescimento das cidades que permitiram o estabelecimento de uma
nova ordem social constituída por cidadãos livres e comerciantes ricos e um
desenvolvimento social na educação, artes e cultura que constituiu a base do
mundo moderno.
A partir da segunda metade do séc. XIII ocorreram uma série de atividades
vulcânicas em diferentes partes do mundo e em diferentes épocas, no vulcão
Somali na Indonésia, Monte Etna na Sicília, vulcão Kuawe em Vanuatu, na fissura
Laki na Islândia e finalizando com a erupção do Monte Tambora na Indonésia em
1815 (o ano de 1816 acabou por ser um ano sem verão em todo o planeta). Todas
estas erupções lançaram cinzas e dióxido de enxofre na estratosfera, afetando o
clima mundial por cerca de 500 anos, a designada Pequena Idade do Gelo, o mais
longo período de clima frio desde o fim da Idade do Gelo, ocorrida mais de
10.000 anos antes. O avanço dos glaciares engole aldeias e leva à retirada dos
Vikings da Gronelândia. As estações de cultivo tornaram-se bastante mais curtas
trazendo a fome para a Europa Ocidental, o frio e a chuva excessivos ajudaram a
propagar as pestes, e provocando um efeito profundo na sociedade humana. Teve também
influência no clima político na Europa que deu origem à Guerra dos Trinta Anos
e ao descontentamento da população que levou à Revolução Francesa que derrubou
a Monarquia e abriu as portas à Democracia na Europa!
Finalmente o frio cessou por volta de 1850 e desde então as
temperaturas moderadas moldaram o nosso clima. As drásticas
mudanças tecnológicas e sociais com a Revolução Industrial trouxeram
prosperidade mas também causaram uma alteração climática induzida pela Humanidade,
de forma alarmante e sem precedentes. O nosso planeta tem aquecido gradualmente
e está a lidar com o Aquecimento Global. Os desastres naturais são os sinais que
indicam que estamos naquele ponto em que podemos decidir que tipo de clima
pretendemos no futuro. Se as nações conseguirem reduzir as alterações
climáticas será sensacional, já que será a primeira vez que em vez do Clima nos
controlar a nós, a Humanidade conseguirá controlar o Clima e ter a certeza que
teremos um clima estável para as gerações futuras.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
“Uma em cada dez pessoas sobrevive com dois dólares por dia” – este é um mundo desigual, distópico e obsceno
Excerto do Expresso Curto de 17/01/2017 por Pedro Candeias:
Não à realpolitik, mas à realidade real que afinal é o mundo em que vivemos. Distópico e desigual.
Um estudo da Oxfam publicado a 24 horas do início do Fórum Económico Mundial diz-nos o seguinte: que há oito homens que têm tanto dinheiro como a metade mais pobre do planeta; que daqui a 20 anos 500 pessoas vão passar 2 milhões de biliões de dólares aos seus herdeiros; que os rendimentos dos mais pobres subiram três dólares/ano entre 1998 e 2011 (por comparação, os 1% dos mais ricos viram os seus rendimentos aumentar 182 vezes mais); que o crescimento dos rendimentos dos 50% mais pobres foi zero nas últimas três décadas (enquanto os 1% dos mais ricos cresceram mais de 300%); e que, por exemplo, o homem mais rico do Vietname ganha mais num dia do que o mais pobre em dez anos.
São muitos “ques” para alguns “porques”. Segundo a Oxfam, isto acontece porque as maiores empresas do planeta têm mais receitas do que 180 países todos juntos; e porque os trabalhadores dessas empresas são espremidos a bem dos salários de quem manda.
Ponhamos isto assim: um patrão de uma das maiores companhias de informação da Índia recebe 486 vezes mais do que um seu empregado normal.
Isto não é normal.
A esta lista acrescem as fugas aos impostos e os paraísos fiscais, e as leis que beneficiam os mais influentes. Sendo que os mais influentes são os mais ricos..."
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