Excerto do Expresso Curto de 17/01/2017 por Pedro Candeias:
Não à realpolitik, mas à realidade real que afinal é o mundo em que vivemos. Distópico e desigual.
Um estudo da Oxfam publicado a 24 horas do início do Fórum Económico Mundial diz-nos o seguinte: que há oito homens que têm tanto dinheiro como a metade mais pobre do planeta; que daqui a 20 anos 500 pessoas vão passar 2 milhões de biliões de dólares aos seus herdeiros; que os rendimentos dos mais pobres subiram três dólares/ano entre 1998 e 2011 (por comparação, os 1% dos mais ricos viram os seus rendimentos aumentar 182 vezes mais); que o crescimento dos rendimentos dos 50% mais pobres foi zero nas últimas três décadas (enquanto os 1% dos mais ricos cresceram mais de 300%); e que, por exemplo, o homem mais rico do Vietname ganha mais num dia do que o mais pobre em dez anos.
São muitos “ques” para alguns “porques”. Segundo a Oxfam, isto acontece porque as maiores empresas do planeta têm mais receitas do que 180 países todos juntos; e porque os trabalhadores dessas empresas são espremidos a bem dos salários de quem manda.
Ponhamos isto assim: um patrão de uma das maiores companhias de informação da Índia recebe 486 vezes mais do que um seu empregado normal.
Isto não é normal.
A esta lista acrescem as fugas aos impostos e os paraísos fiscais, e as leis que beneficiam os mais influentes. Sendo que os mais influentes são os mais ricos..."
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