sábado, 13 de março de 2021

Se doentes de risco e maiores de 80 anos estivessem vacinados, país poderia desconfinar mais à vontade

Segundo Jorge Torgal “Se olharmos para a taxa de morte abaixo dos 80 anos, ela é de 0,1 por mil habitantes. Se vacinarmos aqueles que realmente estão em risco, que são as pessoas com patologias e acima dos 80 anos, não há razão de maior para que o desconfinamento não avance”. “Acima dos 80 anos, a taxa de mortes é de 163 por cada mil habitantes”, contabiliza. Logo, “o plano de vacinação deveria contemplar em primeiro lugar as pessoas de risco e acima dos 80 anos”. E, reforça, “não é isso que está a acontecer”.

O critério seguido no plano de vacinação “não foi o de privilegiar os mais frágeis, mas o peso político de algumas federações, corporações e alguns grupos profissionais”. “Acho bem que se vacinem os profissionais de saúde de primeira linha, mas aceito mal que estejam a ser vacinados colegas meus, independentemente do risco que correm, só pelo facto de serem médicos”, acrescenta Torgal, para quem tais opções, numa altura em que o Governo está a dias de fazer arrancar a vacinação do pessoal docente e não docente das escolas, configuram, num cenário de escassez de vacinas, “um erro e uma desconsideração para quem tem um elevado risco”.

Excerto do artigo do PÚBLICO de 12/03/2021 por Natália Faria

Por vezes há realidades que nos parecem tão evidentes que achamos incrível o porquê das coisas não acontecerem da forma mais racional e de acordo com os valores e princípios universais, neste caso o da vida humana. Neste assunto não sou o único a pensar desta maneira pois há especialistas e comentadores relevantes da sociedade portuguesa que manifestaram esta opinião. Somente quando a UE definiu o objetivo europeu de vacinar 80% dos idosos acima dos 80 anos até final de março, o nosso país assumiu finalmente este objetivo. É lamentável!

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