quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

A Oxfam apela ao fim da "era dos paraísos fiscais"

O artigo do Jornal de Negócios Oxfam: Riqueza de 1% da população superou a dos restantes 99% em 2015, de 18.01.2016, expressa bem essa constatação dos nossos dias, que não é nova, a injustiça e desigualdade social são cada vez maiores, entre uma minoria com uma riqueza descomunal e a restante população, muitos dos quais a viverem na miséria.

Este modelo de globalização e a abertura dos mercados está de facto a criar oportunidades de prosperidade para todos, mas está também a tornar os ricos cada vez mais ricos e não está a erradicar a pobreza.


Mas a organização não-governamental Oxfam, antes do início do Fórum Económico Mundial de Davos expressa uma outra ideia, esta mais ativa e com enorme potencial de poder mudar as coisas. "Devemos abordar os Governos, as empresas e as elites económicas presentes em Davos a empenharem-se para acabar com esta era de paraísos fiscais, que alimenta as desigualdades globais, e impedir centenas de milhões de pessoas da pobreza", disse Winnie Byanyima, diretora-geral da Oxfam International. Sublinhando que nove em dez empresas que figuram entre "os sócios estratégicos" do Fórum Económico Mundial de Davos "estão presentes em pelo menos um paraíso fiscal".

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal !!! (com Pogues – Fairytale Of New York)

Quando todos os nossos sonhos se tornam realidade

E os sinos tocam para o dia de Natal

Os desejos de um excelente e Feliz Natal!


domingo, 27 de setembro de 2015

A qualidade das sondagens

Tenho-me questionado sobre a razão que tem levado, nos últimos anos, a recorrentes falhanços nas sondagens efetuadas antes das eleições, não só no nosso país mas também noutros países europeus.

Para as eleições de 4 de Outubro, parece-me estranho este “empate técnico” para que apontam as sondagens. As medidas duras e impopulares que a coligação teve de tomar nestes 4 anos, deveriam estar a refletir o descontentamento nas sondagens e consequentemente uma vantagem do maior partido da oposição, mesmo que isso à ultima da hora não se refletisse nos votos.

A sondagem da Eurosondagem para o Expresso e a SIC, publicada este fim-de-semana, refere na ficha técnica: “Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem S.A. para o Expresso e SIC, de 17 a 23 de setembro de 2015.Entrevistas telefónicas realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados. O universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e habitando lares com telefone da rede fixa…”

Sempre achei que as amostras das sondagens são muito reduzidas para poderem dar indicadores corretos mas o aspeto que me chama mais a atenção é o da sondagem ser baseada em “lares com telefone da rede fixa”, e o mesmo acontece nas sondagens da Univ. Católica e da Intercampus. As comunicações de voz sofreram uma evolução drástica nas últimas décadas. No século XXI toda a gente tem um telemóvel mas nem todas as famílias têm um telefone da rede fixa. Aliás, o hábito e a necessidade para as famílias de terem um telefone da rede fixa verifica-se cada vez menos. Acho até que na classe média-baixa, até por razões económicas, isso não se verifica de todo.

Penso assim que poderá haver mais um falhanço nas sondagens e uma das duas principais forças políticas poderá até chegar perto da maioria absoluta.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Aylan Kurdi

Estava deitado na praia mas não era o sono de criança…

O choque e a tristeza, porque não era um refugiado sem rosto mas o menino Aylan Kurdi!



terça-feira, 18 de agosto de 2015

Migração para a Europa

Lembro-me de se ter falado, há talvez dez anos, de um livro (um ensaio sobre a evolução social futura), sobre uma migração para a Europa. Que devido à pobreza, aos conflitos, à desigualdade de oportunidades e como forma de protesto, uma gigantesca migração de populações que contornavam o Mediterrâneo, pelo Médio-Oriente, e se dirigiam para a Europa à procura de uma oportunidade!

A forma como se tem desenrolado a migração para a Europa é diferente mas a verdade é que vejo-a hoje como uma premonição. O desastre humanitário que decorre há meses, já teve uma tímida, e forçada pelas circunstâncias, resposta da EU mas continuam a perder-se vidas todos os dias e o problema está longe de estar resolvido. Talvez porque o problema tem uma enorme dimensão, e importa perceber as razões que estiveram na sua origem para se poder alterar as causas.

Uma das vertentes mais importantes do problema são os conflitos regionais, étnicos e religiosos. Só o tempo e uma evolução civilizacional nestas zonas, com a evolução das condições económicas e na educação, poderão ultrapassar as razões que estão na base destes trágicos conflitos.

Com a globalização e a abertura dos mercados, era suposto criar-se condições de crescimento e equidade no mercado internacional que permitissem a generalização da melhoria das condições económicas dos países do terceiro mundo, e assim as condições de vida na saúde, educação e sociais das populações. No entanto, o desenvolvimento e melhoria económica ocorreram sem abertura política de muitos desses regimes e sem melhoria das condições e direitos laborais. O quais, devido à concorrência, custaram a queda económica dos países ocidentais que, desde o início da globalização, têm crescimentos económicos muito baixos.

Com os problemas económicos, os países ocidentais apostam nas relações económicas com estes países emergentes, as quais só beneficiam as elites políticas desses países e deixam a grande maioria da população na miséria. Veja-se o caso de Portugal e Angola. Muitos desses países emergentes são autoritários, corruptos e mal geridos.

Isto reflete também uma crise de valores da sociedade ocidental, até há duas décadas atrás os países que não respeitassem os direitos humanos ou corruptos eram marginalizados, impunham-se sanções sobre a égide da ONU e limitavam-se as suas relações económicas. Hoje, só nos casos extremos de países que apoiam o terrorismo, são aplicadas essas sanções. Os interesses económicos e também os problemas económicos da última década têm feito esquecer os valores dos direitos humanos, da democracia e a justiça e o estado de direito.

As populações pobres dos países subsarianos e do Oriente vêm na Europa um futuro melhor que não encontram nos seus países. Mas é irónico como um processo que foi iniciado para a melhoria das condições de vida nos países do terceiro mundo, não teve de facto esse efeito e deixou a Europa numa situação difícil e com menos recursos para poder evitar a, que é considerada, maior tragédia de sempre no Mediterrâneo.

No início deste desastre humanitário, o primeiro-ministro de Malta Joseph Muscat, proferiu uma declaração que deve servir como o “acordar das consciências” dos líderes dos países europeus: “Está a desenrolar-se uma tragédia no Mediterrâneo, e se a União Europeia e o mundo continuarem a fechar os olhos, serão julgados da forma mais severa possível, tal como foram julgados no passado quando fecharam os olhos a genocídios enquanto os que viviam bem nada fizeram".


sexta-feira, 31 de julho de 2015

I'm Sitting On Top of The World - Al Jolson

Al Jolson foi um cantor e ator americano que desenvolveu a sua carreira na 1ª metade do século XX. No auge da carreira foi apelidado "The Wold´s Greatest Entertainer". Muitos cantores conhecidos foram influenciados pela sua música, incluindo Bing Crosby, David Bowie, Bob Dylan, Rod Stewart e outros.

A música "I'm Sitting On Top of The World", interpretada por Al Jolson, dá o argumento à cena da Nova York de 1930, na abertura do filme King Kong de 2005. É um hino da vitória do positivo sobre as dificuldades, do estar bem com a vida!

Parabéns Carlos pelos 51 anos, continua On Top of The World!



domingo, 31 de maio de 2015

Depois de Costa agora Rio

Temos sido governados por uma geração de líderes políticos “boys partidários”, sem experiência nem currículo profissional que lhes permitam governar os destinos do país. Longe já vão os tempos em que tínhamos como líderes dos principais Partidos Mário Soares, Sá Carneiro, Álvaro Cunhal ou Freitas do Amaral, que tinham carreiras profissionais feitas e vieram para a política para servir o país e não para se servir dele.

Esta geração de políticos colocou o país próximo da falência e transformou um estado que tinha os seus recursos ao serviço da população (autarquias, serviços de luz, água, etc.), progressivamente num estado ao serviço de interesses de grupos económicos, de interesses particulares e indiretamente dos próprios políticos e minado pela corrupção, veja-se as PPPs, BPN e BES, autarquias, EDP, PT... Temos agora esse cenário futuro de 2050, de um país com seis milhões de habitantes, sem futuro e que não fará jus aos nossos oito séculos de História.

Com uma atividade de advogado e provas dadas na Câmara de Lisboa, António Costa sucedeu a um líder de que não se conhecem outras atividades para além das juventudes partidárias e da política. As suas ideias e propostas políticas são de experiência feita, mas que a tradição do partido no investimento no Estado Social, seja ao serviço do crescimento económico e não coloque em causa a estabilidade das contas públicas.


Também Rui Rio, com uma carreira profissional ímpar e uma excelente passagem pela Câmara do Porto onde pós em ordem as finanças da autarquia, pode suceder a um líder que também passou pelas juventudes partidárias com fugazes atividades profissionais, e que para além da determinação, não fez a maioria das reformas que o país precisava. Se Rui Rio avançar para a candidatura a PR antes das legislativas arrisca-se, na sequência de uma derrota do PSD, à demissão de Passos Coelho e que o novo líder aposte em Marcelo para PR. Para além disso, Rio pode ser mais útil ao país como Primeiro-ministro do que PR, o currículo dele fala por si.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Aníbal Moreira (1894-1918) desapareceu a 9.04.1918 na Batalha de La Lys

Aníbal Moreira nasceu em Guilhufe - Penafiel a 10.02.1894, foi incorporado no Batalhão de Infantaria nº 32 de Penafiel e embarcou em Lisboa rumo a França a 14 de Julho de 1917, integrado no Corpo Expedicionário Português. Foi colocado no Batalhão de Infantaria 34 em 21 de Agosto de 1917, tendo participado como soldado na 1ª Guerra Mundial. E foi declarado desaparecido a 9.04.1918, na Batalha de La Lys, na Flandres, Bélgica.
Manuel Moreira (1910-1987), meu avô materno e irmão mais novo de Aníbal Moreira, era um excelente contador de "histórias". Ficaram-me na memória algumas histórias da família, que ele era o 21º filho e "terminação" dos seus pais, e que não tinha chegado a conhecer os irmãos mais velhos que tinham emigrado para o Brasil. E essa outra história do irmão que tinha sido mobilizado para a Grande Guerra e que não tinha voltado...
Estas histórias descrevem como a vida era muito diferente nesses tempos, como as dificuldades eram imensas. O meu avô tinha começado a trabalhar muito novo, após a morte dos pais, e aos 15 anos já tinha deixado as casas das irmãs mais velhas, que o acolhiam à vez, e já ganhava o suficiente para montar casa própria. Aprendeu por si próprio "a ler" os projetos das obras, nos intervalos do almoço, que "roubava" por momentos ao capataz, e subiu a pulso na vida até encarregado de obras do Exército.
Quanto a Aníbal Moreira pereceu na Grande Guerra, a pensar com certeza que estava a defender a Pátria e a Liberdade, mas a crueza da história diz-nos que se sacrificou para ajudar o País a assegurar a integridade das colónias, a assegurar um lugar no conserto das nações e a consolidar e legitimar a República e o partido no poder.
Desapareceu aos 24 anos sem ter a oportunidade de se casar e constituir família, de alcançar os seus objetivos de vida, de envelhecer e contar as histórias aos filhos e netos, tal como os seus irmãos. Não se sabe onde "repousa" e é recordado como o irmão do avô que morreu na Grande Guerra. Não teve a oportunidade de viver a vida na sua plenitude e não tem sequer uma foto que o recorde...

Para ilustrar este artigo a imagem da 1ª Guerra Mundial O Cristo das Trincheiras


sábado, 28 de março de 2015

A influência dos EUA

A forma como os Estados Unidos desceram artificialmente o preço do petróleo no mercado internacional e aplicaram assim um rude golpe à economia da Rússia, muito dependente do petróleo, demonstra a força e influência dos EUA no mundo. Se é certo que esta medida não teve um impacto decisivo na guerra civil da Ucrânia, pelo menos pôs Putin em sentido e obrigou-o a refletir sobre as possíveis consequências de futuros atos da Rússia, nesse contexto. Mais do que uma resposta militar, o aperto económico tem um impacto muito mais significativo no descontentamento geral da população.
Este acontecimento fez-me refletir nos acontecimentos no início da crise da União Europeia e em particular no nosso país. As agências financeiras (americanas) desciam mês após mês os ratings dos países mais endividados e com maiores problemas económicos, que segundo muitos especialistas europeus, não justificava essa aparente e constante histeria. As próprias agências de rating foram postas em causa e falou-se na criação de agências europeias. E os juros dos empréstimos a esses países subiram para níveis incomportáveis.
Passados estes anos, se é certo que o nosso país demonstrou saber "apertar o cinto" numa situação de dificuldade económica, não fez as reformas estruturais necessárias, não resolveu contratos ruinosos e situações de corrupção, nem resolveu os desequilíbrios económicos do país, tendo desperdiçado esta oportunidade. Continuamos com uma dívida enorme, agora ainda maior, e o crescimento económico não é muito diferente do da altura. No entanto, as taxas de juro estão historicamente baixas! Será só uma questão de confiança dos mercados?
Esta crise económica mundial teve, como sabemos, origem nos EUA em 2006/2008 com a bolha imobiliária ou subprime, no entanto o centro deste "furacão" foi afastado para a UE que está ainda a sofrer as maiores consequências. Não acredito em teorias da conspiração mas é bem patente a influência dos EUA na ordem mundial.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014