Jürgen Mossack respondeu a Kejal Vyas do The Wall Street
Journal, numa transcrição da reportagem no artigo do DN O pai nazi do fundadorda Mossack Fonseca, que "As offshore têm um monte de usos legítimos, …
incluindo evitar o pagamento de impostos em duplicado, proporcionar privacidade
e a proteção dos regimes criminais e dos delinquentes".
Em contrapartida, a lavagem de capitais com origem na droga,
armas e das mais diversas origens ilícitas serão com certeza as razões mais
inconvenientes para os defensores e os que têm interesses nos paraísos fiscais,
cuja motivação fundamental é a evasão fiscal mas também a corrupção.
Para empresas e personalidades tão ricas e poderosas, as
razões apontadas do pagamento de impostos em duplicado e a proteção dos regimes
desonestos e dos delinquentes, parecem ser justificações muito frívolas. Quem
tem poder para criar uma offshore no Panamá ou no Pacífico também consegue fugir
de um regime desonesto. A privacidade é o busílis da questão, e não se pretende
tornar privado o estatuto de riqueza mas sim esconder pagamentos e
transferências bancárias e consequentemente podemos estar perante evasão fiscal
e corrupção. A privacidade não é compatível com a justiça fiscal.
Já num artigo de 2013 da Visão é referido que “A organização
não-governamental Oxfam denunciou que os paraísos fiscais escondem 14 biliões de euros, o que significa uma perda de receita fiscal para os governos em torno
dos 120 mil milhões de euros”. E a responsável da Oxfam para a UE, Natália
Alonso, considerou "escandaloso" que os governos permitam esta
situação, ao mesmo tempo que considerou que estas quantidades imensas de
dinheiro em paraísos fiscais poderiam ajudar a acabar com a pobreza extrema no
mundo.
Mais recentemente o artigo do Económico, Grupo
de 300 economistas exige novas regras para os paraísos fiscais, refere que
um grupo de 300 eminentes economistas “reclama a criação de novas regras
globais que obriguem as actividades tributáveis a pagar os impostos que são
devidos.” A carta surge poucos dias antes da cimeira anti-corrupção promovida
pelo Governo britânico, que se realizou no dia 12 de Maio.