Tenho-me sentido a pregar no deserto! Até o Pereira já desistiu, não vos
conseguimos sensibilizar para as virtudes da comunicação nas redes sociais. E
os blogs até são a rede social mais convencional, menos à frente do que o
twitter ou o Facebook, por exemplo. Eu próprio não alinho com estas últimas.
Mas talvez seja mesmo melhor ficarem pelos meios de comunicação mais adequados
a cinquentões, como o telemóvel ou então o e-mail, o standard da comunicação
digital!
Estou a pensar ativar a funcionalidade de deixar os motores de pesquisa encontrar
o blogue e, desta forma, passar do "deserto" para as autoestradas da
informação, no mundo da comunicação global. O problema é que depois podem
começar a aparecer comentários como os que vemos nos sítios de jornais, em
especial dos desportivos, de teenagers
parvos e convencidos, ou de tipos broncos, mal-educados ou racistas. Ou então,
aquelas mensagens oportunistas, a aliciar para irmos a determinados sítios de
jogos completamente grátis! Isto para não falar das mensagens de phishing ou daquela publicidade que fala
dum método estranho descoberto pelos "cientistas do Boston" para
perder 10 Kg numa semana.
Que dilema!... Para terminar com o tédio, vou mas é ver como estão as
notícias para o dérbi de mais logo á noite. Hoje ninguém para o Sporting! O
Maxi e o Cortez ou lá como se chamam esses sul-americanozecos só os vão ver a
passar. E o Jorge Jesus vai ter de admitir no fim que "poderamos ganhar
mas perderamos porque o Sporting sera mais forte" e o BDC vai dizer que o
Sporting é o maior e que Porto e Benfica que tenham cuidado até ao fim do
campeonato pois “até os comemos”!
O Blogue “De Penafiel para a Grande Cidade” tem por objetivo ser um canal de comunicação ocasional para um grupo de amigos, naturais de Penafiel, a que as obrigações profissionais e familiares e a distância tem obrigado a se encontrarem cada vez menos para poderem partilhar ideias. Uma opinião política, um assunto da atualidade, uma música, uma foto ou um postal, ou uma piada, poderão ser alguns dos temas aqui expostos. Mas atenção, este é um blogue familiar, não são permitidas ordinarices!
sábado, 31 de agosto de 2013
domingo, 11 de agosto de 2013
A igreja e parque do Sameiro.
Chocou-me ontem a afirmação do Francisco que o valor
arquitetónico da igreja do Sameiro, em termos de interesse nacional, é
zero. Pode não ser dos monumentos mais ricos em termos arquitetónicos comparativamente
às igrejas Matriz, Misericórdia, de Paço de Sousa ou da de Cête, mas tem um
valor histórico e sentimental incomparáveis. Nem oito nem oitenta, zero é que
não! Passo a transcrever um breve trecho do capítulo Santuário da S. da Piedade
e Santos Passos, retirado do livro Penafiel (Soeiro, Teresa; “Penafiel”,
Editorial Presença, Cidades e Vilas de Portugal, pp 93 a 96) e que faz a história da sua construção.
“O santuário do Monte de S. Bartolomeu seria a grande
novidade destes anos, totalmente diferente na sua dimensão e concepção dos
templos até aí existentes. Algo de profundamente moderno, que ponha Penafiel a
par de tantas outras terras do reino que renovaram os que possuíam já ou construíram
nesta época grandes santuários de peregrinação. “ … ”O santuário era o coroar
da obra de expansão e modernização da cidade a que Manuel Pedro Guedes
imprimira um ritmo acelerado que não deixou de ser criticado por alguns dos
seus contemporâneos assustados com tantas mudanças que, pensavam, ultrapassavam
largamente a capacidade de realização local. Este empreendimento, muito comum
na época e hoje conhecido por Sameiro por associação com o seu congénere maior
de Braga, deu mais uma vez razão aos cépticos, tal foi a morosidade dos
trabalhos, desembocando na impossibilidade de cumprir o programa anunciado.”
“O local escolhido para implantar o novo tempo, o monte de
S. Bartolomeu, Monte do Povo ou Monte da Forca, proeminente sobre a cidade e o
vale do Sousa, espaço baldio, desempenhara antes as funções que a toponímia
denuncia, acrescidas ainda da de Facho, outrora localizado no Calvário e para
aqui mudado quando a urbanização atingiu fortemente o outro extremo da cidade.
Fora do espaço urbano, o monte começava a ser abordado nas suas franjas por
habitações que acompanhavam a estrada de Trás-os-Montes e a sua variante em
direcção ao Tâmega.”
“Perante a necessidade de libertar o campo da Piedade da
capela desta invocação e da dos Santos Passos para no espaço do antigo rossio
construir o mercado público, a Câmara optou pela cedência às confrarias de 960
e 640 m2 respetivamente para neles reconstruirem os seus templos ou
erguerem um novo, em conjunto.” … “Como o edifício se desejava grande e vistoso
foi incentivada a união das confrarias. A planta, essa veio de Lisboa em 1885,
oferecida por Manuel Pedro Guedes. Era de autoria do engenheiro Jorge Pereira
Leite e incluía para além do desejado templo um chalet para turistas e um parque, bem ao gosto dos bosques
românticos elaborados por arquitectos paisagistas. Este projeto parece, porém,
uma adaptação muito simplificada, senão abastardada, do desenho inicialmente
concebido pelo engenheiro Manuel Maria Ricardo Correia. Difícil seria encontrar
na terra financiamento para uma obra de tal monta. Como reserva sempre
disponível, lançou-se mão da sensibilização dos residentes no Brasil para que,
com as suas contribuições, viabilizassem o empreendimento. Tudo o mais foi
obtido por subscrições e donativos recebidos ao longo de anos, com picos de
efervescência entremeados por longos períodos de desinteresse.”
“Longo e penoso iria ser o crescimento do templo. Em 1889
adjudicava-se as obras de pedraria, ao mesmo tempo que se iniciavam as
plantações de árvores nos terrenos envolventes.” … “Em 1891 fechava-se o arco
cruzeiro da capela-mor. Na sua cúpula trabalhava-se em 1893. O objectivo era
terminar esta capela para nela se poder celebrar o culto. Também o adro estava
a ser preparado e o monte embelezado com árvores de grande porte, uma gruta e
duas pontes em madeira a ligar aos montículos vizinhos, uma delas sobre a
avenida em construção.” … “No ano seguinte dá-se início á torre e, a meados de
Setembro, no meio de uma imensa festa inaugura-se a capela-mor, colocando-se
nela a imagem da Senhora da Piedade trazida em procissão desde a Matriz.” … “Em
1897 fechava-se o arco da porta e investia-se sobretudo no parque, criando-se
atrativos e condições para ser frequentado. A canalização das águas e colocação
de uma fonte na escadaria abaixo do adro, a construção dos lagos e a da
escadaria de acesso atraíram ao local a população da cidade e os romeiros,
todos indispensáveis à sobrevivência do projecto que demoraria ainda décadas a
ser concluído.”
Em termos pessoais, vivi na casa do parque de 1967 até 1979.
O Jardim do Sameiro era o jardim da minha casa, um imenso espaço de liberdade
na minha infância. Já a Igreja do Sameiro parecia que existia ali desde sempre. Mas
agora, após 30 anos de ter deixado a casa do parque, ao descobrir estes bilhetes
postais ilustrados, constato como é fascinante observar como as coisas mudaram
ao longo do tempo… A igreja ainda sem cúpula, o cruzeiro que se vê em primeiro plano e que terá sido mudado para
trás da igreja muito antes dos anos 60, ficava mais ou menos no mesmo sítio
onde colocávamos uma das balizas nos jogos de futebol, e o patamar logo abaixo
das escadas da igreja não era ainda plano como o fizeram mais tarde.
A igreja e parque do Sameiro foram o esforço e a dedicação
de uma população e cidade para construir uma obra maior que as suas posses mas
do mesmo tamanho que o enorme sonho que levou à sua construção!
terça-feira, 30 de julho de 2013
La légende du tour the france - La Belle Époque
A TVI 24 começou a passar este fim-de-semana a história dos 100 anos do Tour de France. Esta primeira parte retrata as décadas amadores do Tour com os ciclistas anónimos a pedalarem 18 horas seguidas e perto de 500 km em estradas esburacadas e poeirentas, unicamente com uma câmara de ar suplente e entregues a si próprios. Gostei particularmente das imagens da Belle Époque, imagens de uma beleza incrível dos primórdios do cinema, nas quais as pessoas olhavam a câmara de filmar com a mesma admiração e fascínio com que revemos agora, cem anos depois, essa época.
Estou curioso de ver a 2ª parte, a partir dos anos 60, o profissionalismo e o espetáculo mediático mas também o surgimento do doping que tem ensombrado o Tour. E o surgimento dos grandes ciclistas que marcaram a história do Tour. Na minha opinião, o Tour teve dois grandes nomes, Eddy Merckx, o campeão dos campeões, e Lance Armstrong o melhor ciclista num pelotão de dopados. A "belle époque" do tour já passou há muito tempo...
Estou curioso de ver a 2ª parte, a partir dos anos 60, o profissionalismo e o espetáculo mediático mas também o surgimento do doping que tem ensombrado o Tour. E o surgimento dos grandes ciclistas que marcaram a história do Tour. Na minha opinião, o Tour teve dois grandes nomes, Eddy Merckx, o campeão dos campeões, e Lance Armstrong o melhor ciclista num pelotão de dopados. A "belle époque" do tour já passou há muito tempo...
segunda-feira, 8 de julho de 2013
A crise política pode significar uma inflexão positiva
Esta crise política teve um aspeto muito positivo, obrigar a
uma reformulação governamental e reorientar a linha política do governo. Mesmo
apontando-se inúmeros erros ao governo, seria muito negativo desperdiçar estes dois
anos de sacrifícios dos portugueses, e pode ser agora que se faça a reforma do
estado e que consigamos cumprir com os objetivos para a Troika se ir embora no
prazo de um ano.
Se foi uma atitude premeditada, para obter mais poder, para
obter dividendos políticos futuros, Paulo Portas terá um espírito calculista e maquiavélico,
mas se foi uma questão de princípios, se foi a última gota na falta de diálogo e
prepotência do Primeiro-ministro, então acho uma atitude louvável. As questões
que ficaram no ar é se ele pensou nas consequências para o país (interesse nacional)
que a sua atuação colocou em causa e também ficou em causa a, já posta em causa
muitas vezes, palavra de Paulo Portas.
Se pensou nas consequências para o país, ou é um visionário
brilhante, considerando que está remodelação será positiva para o país, ou
então é um irresponsável e calculista. Relativamente à palavra dele, os factos
falam por si mas teve o condão de a ter perdido pela contrapartida da
estabilidade governamental.
Finalmente, refiro os comentadores políticos. Aprecio muito o
Eixo do Mal por exemplo, mas parece-me que em termos gerais a contundência das
palavras e das análises causam sensação e têm muita audiência mas deveriam ser
mais consequentes pois o objetivo deveria ser a crítica apontando as
alternativas e o acerto nas previsões.
terça-feira, 2 de julho de 2013
Os amigos da onça!
Não é surpresa total as revelações de Snowden e as notícias nos últimos dias com revelações sobre o sistema PRISM e as escutas dos EUA à União Europeia, Nações Unidas, embaixadas e sobre milhões de chamadas telefónicas, mensagens de texto e de correio eletrónico em vários países europeus. Há alguns anos atrás a revelação do sistema Echelon que tinha por objetivo analisar as comunicações a nível mundial, com o objetivo de procurar mensagens que representassem ameaças à segurança mundial, levantou a suspeita, inclusive, de incluir espionagem industrial.
As justificações que o sistema PRISM visa somente a vigilância contra o terrorismo tornam-se frívolas face aos alvos da espionagem. Desta forma é natural que cada vez mais os aliados de longa data nas guerras mundiais e na NATO questionem as intensões e a lealdade do aliado Americano.
Os europeus sempre apreciaram o espírito empreendedor e criativo da economia americana mas também sempre olharam com alguma desconfiança a mentalidade de cowboy dos americanos. O histórico espírito bélico que se traduziu numa economia de guerra permanente desde a guerra hispano-americana, traduz também um país dirigido por fortes interesses comerciais cujos esquemas de financiamento aos partidos e candidatos às eleições tornam estes dependentes e subjugados aos primeiros.
Nesta época de pós guerra fria os EUA viram-se de repente como única potência mundial e parecem hesitar em manter as mesmas estratégias e “armas” usadas contra o então bloco de leste, a relacionar-se de forma verdadeiramente livre e leal com o restante mundo democrático.
As justificações que o sistema PRISM visa somente a vigilância contra o terrorismo tornam-se frívolas face aos alvos da espionagem. Desta forma é natural que cada vez mais os aliados de longa data nas guerras mundiais e na NATO questionem as intensões e a lealdade do aliado Americano.
Os europeus sempre apreciaram o espírito empreendedor e criativo da economia americana mas também sempre olharam com alguma desconfiança a mentalidade de cowboy dos americanos. O histórico espírito bélico que se traduziu numa economia de guerra permanente desde a guerra hispano-americana, traduz também um país dirigido por fortes interesses comerciais cujos esquemas de financiamento aos partidos e candidatos às eleições tornam estes dependentes e subjugados aos primeiros.
Nesta época de pós guerra fria os EUA viram-se de repente como única potência mundial e parecem hesitar em manter as mesmas estratégias e “armas” usadas contra o então bloco de leste, a relacionar-se de forma verdadeiramente livre e leal com o restante mundo democrático.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
Os professores terão aderido à greve geral?
Num
post que escrevi há uns dias atrás, questionava se os professores queriam uma
situação de privilégio relativamente à restante administração pública. O
decorrer do processo levou ao desenlace que eu previa. Os professores vão ter
40 horas semanais mas não aumentará a carga letiva, não mudará nada, e
conseguiram a prorrogação da mobilidade até Fevereiro de 2015!... Quando o
restante sector público a terá já este ano e nessa altura o mais provável é que
o governo atual já não esteja no ativo.
Hoje questiono se os professores aderiram à greve geral. Acho que pelo menos já conseguiram o que queriam e estarão menos mobilizados.
Quando os governantes se esquecem da igualdade de tratamento e justiça igual para todos... Por outro lado o poder reivindicativo da greve dos professores tem, historicamente, vergado muitos ministros da educação.
Hoje questiono se os professores aderiram à greve geral. Acho que pelo menos já conseguiram o que queriam e estarão menos mobilizados.
Quando os governantes se esquecem da igualdade de tratamento e justiça igual para todos... Por outro lado o poder reivindicativo da greve dos professores tem, historicamente, vergado muitos ministros da educação.
domingo, 16 de junho de 2013
Os professores quererão uma situação de privilégio?
Um dos professores na manifestação de ontem, entrevistado por um canal de televisão, nomeou todos os ministros da educação que nos últimos 10 ou 15 anos foram vergados á força e vontade dos professores. É lamentável, mas esta posição demonstra que muitos professores (e os sindicatos) acham que podem ser privilegiados relativamente ao resto da administração pública, atingindo os seus objetivos através da força que constitui a greve que afete os exames e, no fundo, as vidas de milhares de estudantes.
Seria bem mais compreensível que a posição dos professores fosse manifestada de forma comum a todos os funcionários da administração pública na greve geral agendada.
No entanto, esta posição comum da administração pública deve, tal como os professores, ter em atenção a grave situação do país e que as medidas restritivas estão a ser impostas de fora pela troica, atravessamos um período em que não poderemos evitar os sacrifícios de todos. Também, não deverão querer privilégios relativamente ao setor privado mas, sempre que a comparação com o sector privado seja feita, deverão exigir que se compare também quando é o setor privado que tem os privilégios. Por exemplo quando se comparam vencimentos entre os dois setores, não se tem em conta os suplementos de vencimento (carro, subsídio de alimentação mais elevado, outros suplementos...) que as empresas dão aos seus trabalhadores porque existe um benefício fiscal mútuo. Os funcionários públicos não fogem 1 cêntimo aos impostos!
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Um Longo Domingo de Noivado (Jean-Pierre Jeunet, 2004)
Por causa dos meus filhos, nos últimos 14 anos os filmes que melhor recordo de ver no cinema são os do Shrek e do Madagáscar!... Os filmes “a sério”, acabo por os descobrir uns anos mais tarde, quando passam na televisão. Foi o caso de “Um Longo Domingo de Noivado” ou no título original "Un long dimanche de fiançailles" de Jean-Pierre Jeunet de 2004.
É um filme belíssimo! Conta a história da busca incessante de uma jovem pelo seu noivo que desapareceu nas trincheiras do Somme durante a Primeira Guerra Mundial. Com uma produção ambiciosa, faz uma reconstrução histórica desde as trincheiras da 1ª Guerra Mundial à ambiência e poesia da Paris de 1920.
A luminosidade e as cores do filme são sublimes, fazendo lembrar os Bilhetes Postais Ilustrados do 1º quartel do século XX. O trailer a seguir deixa de fora as cenas mais brutais mas foi elaborado, antes de mais, como uma sequência de bilhetes postais ilustrados...
É um filme belíssimo! Conta a história da busca incessante de uma jovem pelo seu noivo que desapareceu nas trincheiras do Somme durante a Primeira Guerra Mundial. Com uma produção ambiciosa, faz uma reconstrução histórica desde as trincheiras da 1ª Guerra Mundial à ambiência e poesia da Paris de 1920.
A luminosidade e as cores do filme são sublimes, fazendo lembrar os Bilhetes Postais Ilustrados do 1º quartel do século XX. O trailer a seguir deixa de fora as cenas mais brutais mas foi elaborado, antes de mais, como uma sequência de bilhetes postais ilustrados...
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